terça-feira, 7 de agosto de 2012

Uma retrospectiva...


Como nem todos que estão acompanhando esse blog conhecem toda a história sobre como descobrimos o linfoma da Tatá e, como bem me lembrou a Mayra, algum desconhecido que esteja perdido pelas “ruas da internet” pode acabar  vindo parar nesse blog... acho interessante fazer uma retrospectiva de como chegamos até aqui!
Tudo começou em meados de fevereiro quando eu notei um carocinho no pescoço da Tatá! Como eu e minha irmã temos cistos na tireóide e sabe-se que existe uma predisposição genética, achamos que seria a mesma coisa! Por não ter muita certeza do que era, ela preferiu ir primeiro a um pronto atendimento e passou por uma médica clínica geral. (Observação importante: ela não apresentava nenhum outro sintoma, apenas o “caroço” no pescoço).
A médica também achou que era algo relacionado à tireóide. Fez o pedido de alguns exames de rotina para esse caso e falou para que depois de feitos os exames, procurássemos um endocrinologista.  Ao levar os exames para o endócrino, ele verificou que realmente havia um cisto grande na tireóide mas que além disso havia alguma coisa fora dela e era justamente isso que a gente conseguia ver. Sendo assim ele a encaminhou para um cirurgião de cabeça e pescoço afim de investigar melhor o caso.
O cirurgião já na primeira consulta fez alguns exames clínicos para ver se era algo relacionado à garganta e, não diagnosticando nada nesse sentido, pediu para que fosse feita a punção do que até então acreditávamos serem cistos (ou nódulos). Em meados de abril ela fez a punção e o resultado apontou que do lado direito era mesmo um cisto típico de tireóide mas do lado esquerdo (onde nesse momento o “caroço” já estava bem maior) o resultado foi não conclusivo com indicação de cirurgia para retirada do material e análise mais detalhada.
Sendo assim o cirurgião já queria marcar a cirurgia! Eu, no meu papel de mãe, não me dei por satisfeita e fui atrás de uma segunda opinião! Conseguimos a indicação de um bom médico que tinha feito a cirurgia de uma amiga e a opinião dele foi a mesma: o melhor a fazer era a cirurgia! Decidido isso, começamos a organizar nossas agendas, a papelada do plano de saúde e os exames pré-cirúrgicos para que a cirurgia fosse feita!
Dia 11 de junho a cirurgia foi feita. O médico acabou optando por tirar toda a tireóide além do material que identificávamos como um caroço. Todo o material foi mandado para biópsia e só então, com os resultados da biópsia, descobrimos o Linfoma de Hodgkin. (O resultado da biópsia do material relacionado à tireóide deu negativo! ) O que a gente conseguia ver de fora do pescoço e que achávamos que era um caroço eram os linfonodos. Para entender melhor o que é um linfoma e como ele “ataca” o corpo (na verdade o sistema linfático), dêem uma olhada no site da Abrale (www.abrale.org.br). Tem um material muito bom e bem explicativo.
Voltando à nossa saga... descoberto o linfoma era hora de procurar um médico oncologista e iniciar o tratamento! Todo mundo sabe que quanto antes se começa a tratar um câncer, maiores as chances de cura. O próprio cirurgião havia indicado alguns nomes e em nossa segunda tentativa encontramos um médico que gostamos. Ele parecia ter o conhecimento e a experiência necessária mas também a humanidade imprescindível pra tratar com esse tipo de paciente! Na primeira consulta ele já esclareceu várias das nossas dúvidas e pediu os diversos exames necessários para fazer o estadiamento da doença. Para quem não sabe o que é isso, como eu também não sabia até então, cada tipo de câncer tem uma “escala” para classificá-lo indo dos casos mais iniciais até os mais terminais. No caso do linfoma, o estadiamento vai de I a IV acrescido da classificação A ou B sendo A para os casos que não apresentam sintomas e B para os casos que apresentam.  Para definir o estadiamento leva-se em consideração onde aparecem os tais linfonodos. Quanto mais espalhados pelo corpo eles tiverem, mais alto será o estadiamento. O caso da Tatá foi classificado como II A.
Definido isso, o médico pode fazer os cálculos necessários para definir também como seria a quimioterapia. O que foi outro aprendizado para a gente! Sempre que eu ouvia falar que alguém estava fazendo quimioterapia eu achava que era sempre a mesma coisa... mas não é!  O nome quimioterapia refere-se ao tratamento em si mas as drogas que serão usadas e como serão aplicadas variam de acordo com cada caso.
No caso da Tatá o que está sendo usado na quimioterapia é a “ABVD” (são as letras iniciais do nome das quatro drogas que são combinadas). E a aplicação dela é feita por via venosa (como aplicação de soro na veia). A quantidade da droga usada também é calculada de forma diferente pra cada pessoa de acordo com o peso e a altura. E, claro, da mesma forma a reação de cada um ao tratamento é diferente também!
A primeira sessão foi feita dia 13 de julho. Durou cerca de 5 horas. Enquanto a aplicação é feita ela pode fazer várias coisas normalmente (comer, dormir, levantar para ir ao banheiro, etc). A única condição é não mexer muito o braço que está com a agulha e, claro, ter muita paciência!!!
Logo após a aplicação ela não apresentou nenhum efeito colateral. Inclusive saiu da clínica e quis ir para o ensaio do grupo de dança! No dia seguinte dormiu muito (o que não é apenas efeito da quimioterapia pois ela gosta de dormir bastante!) mas a noite foi participar de um espetáculo de dança! Não teve febre, enjôo, náuseas, nada disso! Dois ou três dias depois sentiu muito cansaço e o estômago um pouco “machucado” mas aos poucos (e com a ajuda da acupuntura e da alimentação) foi tudo voltando ao normal!
Daí em diante a história se junta com o que já tem publicado aqui! A segunda aplicação está acontecendo agora e em breve poderei atualizá-los com mais notícias!!
Bjs!

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